Barcelona

Andar por Barcelona, é estar e pisar num lugar abençoado pela civilização
Daniel Silva gomes

O Ninho do Nonô Isaurinha Garcia



Agora eu sei

Agora eu sei

Por o Nono no desejou parar

Um momento se quer de voar

Um momento se quer de voar

É que o n sem se cansar voou!

Voou até achar o caminho

Pra fazer um belíssimo ninho

Pra fazer um belíssimo ninho

Houve pardais protestando

Houve pardais se matando

Houve pardais se esforçando

Por uma total confusão.

Mas venceu a verdade

E entrou para história

Quando a andorinha Brasília

Surgiu com seu glorioso verão.

Walter Wanderley

September 11




Darkens day in the world,
sorrow,
how many deaths
The sun goes down,
But everything was so black,
Confusing and dangerous,
Bombs light up the night
And cover of darkness
The lives lost.
The two towers falling
blacken the world
more terror and doubt,
get ready
more uncertainty ...
come.

Daniel Silva Gomes 09/09/2008

11 de setembro


Onze de setembro



Escurece o dia no mundo,

que tristeza,

quantas mortes

O sol se poe,

Mas já estava tudo tão negro,

Confuso e perigoso,

Bombas iluminam a noite

E cobrem de negrume

As vidas perdidas.

As duas torres que caem

enegrecem o mundo

de mais terror e duvidas,

preparem-se

mais incertezas...

virão.


Daniel Silva Gomes 09/09/2008


give birth Ramon e Michele pintura brasileira

give birth Ramon e Michele pintura brasileira
Daniel S. Gomes (Brazilian painting)

pedaços de sonhos ( peace of dreams) Pintura brasileira

pedaços de sonhos ( peace of dreams) Pintura brasileira
Daniel S. Gomes (Brazilian painting)

voo para o futuro ( arte brasileira)

voo para o futuro ( arte brasileira)
Daniel S. Gomes (Brazilian painting)

Cafofo ( Artist Studio)

Cafofo ( Artist Studio)
Daniel S. Gomes ( Brazilian painting)

cestas ( arte brasileira)(Brazilian painting)

cestas ( arte brasileira)(Brazilian painting)
Daniel S. Gomes

peixe 2009 ( arte brasileira )

peixe 2009  ( arte brasileira )
Daniel S. Gomes (Brazilian painting)

Peace of dream ( arte brasileira)

Peace of dream  ( arte brasileira)
Daniel Silva Gomes ( Brazilian painting )

rustic wooden bench

rustic wooden bench
Daniel Silva Gomes ( Brazilian painting )

rustic wooden bench

rustic wooden bench
Daniel Silva Gomes ( Brazilian painting )

African sculpture

African sculpture
Daniel Silva Gomes

African sculpture

African sculpture
Daniel Silva Gomes

African sculpture

African sculpture
Daniel Silva Gomes

African sculpture

African sculpture
Daniel Silva Gomes

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Parteira judia

A Parteira

Elfreda era parteira, assim com sua mãe e avó, vivia na cidade de Wönitz no leste da Alemanha fronteira com a Polônia, numa casa simples nos arredores da cidade, tinha 26 anos, era solteira,não possuia uma beleza marcante, tinha cabelos negros, olhos azuis e uma compleição robusta que a confundia com uma camponesa.

Naquele ano ela já tinha feito uma boa quantidade de partos e nesse dia em particular desde as quatro horas da manha, não tinha parado de trabalhar.

Chegara em casa as dezessete horas da tarde, as sete quando se preparava para jantar e dormir, foi chamada para ir a casa do dono do empório Her Schineider que ficava do outro lado da cidade. Um empregado veio com uma charrete e a levou era um homem mal humorado que não falava com ninguém e olhava para Elfreda com um mau humor aparente, devia ter uns trinta e dois anos.

Chegando na residência dos Schineider, Ela foi levada por Her Schineider que estava mal humorado e reclamando da sua demora em chegar. Ele mandou a criada levá-la ao quarto de Frau Schineider que estava toda suada agitada e gritava em plenos pulmões com as criadas que não sabiam o que fazer.

Elfreda de forma vigorosa e competente, lavou as mãos e foi examinar a paciente, que continuava gritando e xingando todos em volta inclusive Elfreda, depois de olhar a posição do bebe e verificar a dilatação esta chegou a conclusão que a criança só nasceria pelo meio dia e que era apenas alarme falso de uma mãe inexperiente, deu instruções as criadas e saiu do quarto.

Ao voltar a sala de estar ela pediu Her Schineider que providenciasse que o empregado a levasse de volta para casa.

Her Schineider ainda mal humorado com os gritos da mulher, disse que não tinha ninguém para isso que ela se acomodasse no quarto das criadas, ela insistiu que queria voltar para casa e ele disse que ela voltasse sozinha e a pé se quisesse.

Elfreda assim o fez, era o inicio do outono e das noites frias. Andou duas horas até chegar em sua casa onde exausta desmaiou na cama.

Pela manhã com o corpo dolorido pelo esforço da noite passada Ela levantou-se fez seu desejun e enquanto esperava a carruagem de Her Schineider, lembrou-se de uma caixa de medicamentos que sua mãe guardava no armário e que sempre levava consigo e usava nos partos mais difíceis.

Ela pegou a caixa e tinha dois frascos com líquido distintos um era preto azulado e de uma consistência oleosa amargo, o outro branco e adocicado. Embaixo dos frascos um compartimento da caixa havia uma espécie de bula com instruções escritas à mão; Elfrida sabia que não era letra de sua mãe, com instruções de uso: o pote preto deve ser usado nos partos difíceis, onde há muita agitação, nomes impróprios, desconsideração, é normal no primeiro filho, alguns também no segundo filho ou terceiro. O pote branco deve ser usado nos casas de partos tranqüilos. Pingue uma gota nos lábios da criança assim que nascer.

Elfreda sabia que era o primeiro filho de Frau Schineider então levou o frasco a casa deles, quando vieram buscá-la.

Ainda há caminho da casa dos Schineider pensou: o quanto conhecia de Her Schineider?

Na verdade nada, apenas que há três anos se instalara na cidade com a esposa e abrira a loja, não era um homem muito amistoso, mas não era grosseiro, com alguns que ela convivia na cidade desde criança, alguns sua mãe e sua avó fizera o parto Frau Schineider era bondosa as criadas não falavam mal dela.

Ao chegar à residência dos Schineider levaram-na imediatamente para o quarto e Frau Schineider que já estava em trabalho de parto continuava gritando muito.

As criadas tinham providenciado tudo que Elfreda tinha pedido e dentro de uma hora veio ao mundo um menino forte bonito e muito chorão. Elfreda usou o liquido preto e a criança foi depois de limpa entregue a sua mãe, quando Her Schineider viu o menino ficou tão feliz que pagou quase o dobro a Elfreda, pediu desculpas pela grosseria do outro dia, mandou levá-la em casa.

E assim foi a vida Elfreda os partos normais liquido branco, nos partos difíceis o liquido negro.

A cidade mudava a olhos vistos, chegavam forasteiros, quartéis se instalavam, policiais vigiavam as ruas, a segurança era aparente, Elfreda não notava nada levando sua vidinha.

Elfreda foi uma criança normal criada com sua mãe, uma mulher de natureza difícil e mal humorada, sempre reclamando de tudo, mantinha a casa cheia de tralhas que não permitia que ninguém os tirasse do lugar. Seu pai ao contrario era um homem vigoroso, cheio de bom humor e que cantava em pleno pulmões enquanto trabalhava de ferreiro, gostava de tomar cerveja e pescar.

De vez em quando a chamava e saiam pelo campo contando histórias e sorrindo. Toda vez que ele ia pescar sempre trazia o maior peixe para ela, gritava em plenos pulmões: Eeelllfffredaaa!! Tome seu presente.

Ela era feliz com a situação equilibrada que vivia, mas um dia seu pai morreu num acidente no lago enquanto pescava.

Sua mãe que não demonstrava amar tanto seu pai entrou em desespero e numa tristeza intensa que a fez perder cada dia seu corpo e peso, dez anos depois sua mãe morreu no hospital depois de contrair uma turbeculose.

Elfreda se viu só e com os clientes da mãe para dar conta, tinha vinte e três anos.

A primeira coisa que vez após o enterro da mãe, foi abrir a casa, limpar as janelas, jogar fora as tralhas e algumas ela guardou no galpão onde funcionava a oficina do pai.

Nos três anos seguintes ao nascimento do primeiro filho dos Schineider ela teve o alegria de ajudar Frau Schineider em mais dois partos de uma menina e um menino, ela usou o liquido branco. Nas vizinhanças da cidade e em outras localidades ela fez a mesma coisa.

No verão a cidade foi abalada com a morte de dois jovens Walfrido Hornburg e Odillia Jagger, eles eram namorados e estavam andando de charrete pelos campos quando foram atacados e mortos a pauladas, os corpos foram achados por um camponês.

A principio, a população achou que era um crime cometido pelos poloneses que atravessavam a fronteire em busca de trabalho, e a animosidade e hostilidade pelos poloneses cresceu muito com espancamentos e mortes de alguns.

Até que o camponês que achou os corpos depois de uma bebedeira revelou que quem os matou foi Rudolph Jagger irmão mais velho de Odillia Jagger.

O comissário chefe da policia ao ouvir esses boatos prendeu o camponês e Rudolph, que depois de hesitar e chorar confessou o crime.

A cidade ficou em polvorosa,porque Rudolph era filho Pastor da cidade era um menino introspectivo e as vezes era amargo mas não violento.

Elfreda se lembrava dele, que fora seu colega de classe um ano mais velho que ela e que fora sua mãe que fizera o parto, ele tinha sido o primeiro filho do prelado.

Pouco depois um dos filhos do açougueiro matou um concorrente numa disputa para ver que bebia mais canecas de cerveja seu nome era Otto e tinha um irmão gêmeos Oduvald.

Elfreda lembrava que sempre que ia comprar carne Otto ficava olhando-a com ódio inexplicável já seu irmão Oduvald a atendia bem com muita amabilidade.

Certa noite Elfreda pegou um velho baú, que tinha em sua casa, ela queria ver as fotos do pai e da mãe; estava com saudades se esquecendo deles. Olhou as fotos do casamento deles: a mãe radiante, percebeu que os parentes do pai nunca a procurava, o retrato dos avos paternos não aparecia nas fotos do casamento.

Em determinado momento deu com os olhos num caderno de anotações de sua mãe onde registrava os partos, à hora o dia e o liquido que usara. Ela foi buscando e achou o ano de 1908 quando nascera a parteira tinha sido sua avó materna na anotação mostrava que ela tinha usado liquido branco. Curiosa procurou quem nascera naquele ano e vira vários nomes de conhecidos que crescera com ela, alguns tinham ido para o exercito, outros para outros países, e alguns foram estudar na universidade em Berlim de Hamburgo etc.

Ela viu o nome de Rudolph Jagger e que sua mãe usara o liquido preto, e foi procurando todos os que tinham usado liquido preto até que achou Otto Waldemunt , no nome de seu irmão Oduvald Waldemunt sua mãe usara o liquido branco.

Ela passou a perceber que os meninos que sua mãe e ela usaram o liquido preto todos tinham personalidades fortes carrancudas, ela os via com os pais, na escola, na igreja.

Uma coisa que chamou a atenção de Elfreda foram as mudanças ocorridas na cidade, de repente o velho prefeito foi substituído por Dr Otto Schiller, dono de uma fabrica de pneus que começou a prosperar quando se tornou membro do partido nazista. O conselho da cidade foi aos poucos sendo substituído por membros do partido quer por eleição quer por coação.

Os jovens que da cidade antes vadios e brigões foram aos poucos ingressando no exercito, na marinha ou na Luftwaffe, alguns foram para academias militares, outros foram trabalhar na fabrica de armamentos que se instalara nos arredores da cidade.

A igreja era agora o centro de reuniões com os jovens e homens do partido, o novo bispo dava longos sermões sobre a necessidade de preservar os valores morais da sociedade germânica.

Nunca se prosperou tanto na cidade, os agricultores vendiam sua produção de carnes, leite, frutas e verduras para o quartel e ou para a fábrica de laticínios local. Os comerciantes novos e antigos estavam prosperando, os judeus ficaram empolgados com o aumento das vendas. Novos professores foram enviados para preparar a juventude para o futuro da Alemanha.

Certo dia numa festa da paróquia da cidade, Elfreda tinha sido convidada, e ela percebeu que um grupo de pessoas de varias idades a olhavam de modo estranho, penetrante isso a incomodou. E havia outros que a tratavam de modo tão cortês,o desconfortyo foi tanto que antes do fim da festa ela foi para casa.

Chegando em casa pegou o livro de registro de sua mãe e Avó e ficou lendo sobre os partos as dificuldades, as pessoas que não podiam pagar, as pessoas que tinham que fugir, os partos escondidos que fazia dos poloneses.

De repente sentiu como se tivesse sendo observada por muitos olhos, seu cachorro começou a ganir inquieto, ela sentiu muito medo, e levantou-se da cadeira, apagou as luzes, foi devagar a janela e fechou as cortinas, depois de alguns minutos sentiu passos se afastando, não dormiu a noite toda.

Passou a noite acordada pensando: Por que todos me olhavam daquele jeito? Meu pai não fora membro da sociedade e amigo de muitos daqueles homens e mulheres que agora a olhava de um jeito estranho? E seus primos apesar de não terem contato intimo por que a olhavam como se ela fosse uma leprosa?

Ela lembrou que alguns amigos de sua mãe tinha ido para outras cidades, alguns voltado para Polônia, outros tinham ido para a Inglaterra.

Pela manha Elfreda, arrumou numa mala suas poucas coisas apanhou no baú da mãe os cadernos das anotações, o pequeno menorá e o dinheiro que tinha ajuntado nos anos de trabalho e os que sua mãe tinha deixado e saiu da cidade com a carta e o endereço de seu tio Joseph Cohen dos Estados Unidos era inicio da primavera de 1938.

Daniel Silva Gomes

24 de junho de 2011

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